“Não quero vender só para um nicho, quero vender para todo mundo!”
Se você é gestor ou empreendedor, é provável que essa frase já tenha passado pela sua cabeça durante uma reunião de marketing. E devo dizer que é um desejo legítimo.
Aqui na Afterpix, quando esse ponto surge, gostamos de esclarecer: definir um público-alvo não é sobre limitar suas vendas, é sobre aperfeiçoar sua comunicação.
É criar uma sintonia tão perfeita com um grupo específico que sua mensagem se torna irresistível para ele e, por consequência, magnética para muitos outros.
Mas como se cria essa “sintonia perfeita”? Não é com testes A/B infinitos ou com o criativo mais bonito do Canva. É mergulhando em um campo que muitas agências ignoram: o processamento de informação na mente do seu consumidor. É aqui que separamos o marketing que “acha” do marketing que “sabe”.
Veja abaixo os principais tópicos deste conteúdo:
O campo de batalha silencioso: a mente do consumidor
Seu cliente está, neste exato momento, sendo bombardeado por milhares de estímulos: notificações, anúncios, e-mails, vídeos. O cérebro humano, para não entrar em colapso, desenvolveu um filtro poderoso chamado atenção seletiva. Ele aprende a ignorar o que não é relevante.
Sua marca, seu anúncio, seu post… tudo isso é apenas mais um ruído competindo por uma fração de segundo de atenção. E a verdade é que o cérebro é preguiçoso; ele prefere atalhos. Por exemplo, nosso cérebro processa informações visuais 60 mil vezes mais rápido do que textos. O sucesso de plataformas como Instagram e TikTok não é à toa.

Se a sua comunicação não for desenhada para “driblar” esse filtro e falar a língua que a mente entende, ela já nasceu invisível.
Processamento de informação: do estímulo à decisão
Em psicologia, o estudo do comportamento do consumidor nos ensina que o processamento de informação é um processo com etapas claras. Entendê-las é o primeiro passo para uma comunicação mais intencional e efetiva.
- Exposição: é o momento em que sua marca aparece para o consumidor. Pode ser um anúncio no Instagram, um outdoor na rua ou um resultado de busca no Google. Apesar de ser um começo, apenas estar lá, no entanto, não garante nada.
- Atenção: o consumidor notou sua marca? O que fez com que ele parasse de rolar o feed? Foi um contraste de cor? Uma palavra inesperada no título? Uma imagem que gerou uma emoção? Sem atenção, não há comunicação.
- Percepção e interpretação: esta é a etapa mais importante. Uma vez que você despertou a atenção, como o cérebro interpreta o que vê? Ele não lê apenas palavras, ele busca significado. Ele conecta a imagem, a cor, o texto e o seu repertório pessoal para criar um sentimento: “isso é para mim”, “isso é confiável”, “isso é chato”. É aqui que o branding acontece de verdade.
- Memória e ação: a mensagem foi forte o suficiente para ser armazenada na memória? Ela gerou o impulso para a ação desejada (um clique, um cadastro, uma compra)? Uma comunicação que não gera memória ou ação foi apenas um custo.
As ferramentas da persuasão: construindo significados intencionais
Sabendo que o cérebro opera por atalhos e busca significados, como podemos construir uma comunicação que funcione a nosso favor? Aqui entram as ferramentas que usamos para criar mensagens intencionais.
- A escolha cirúrgica das palavras (copywriting): a redação publicitária não é sobre escrever bonito, é sobre escolher palavras que ativam memórias e emoções específicas. Termos como “Exclusivo”, “Garantido” ou “Descubra” não estão ali por acaso. Eles são atalhos mentais ou gatilhos (não gosto do termo, evito usar!) que dialogam diretamente com as necessidades de segurança, status ou curiosidade do cérebro. Existe muita ciência por trás do copywriting e do branding verbal.
- O poder das imagens e cores: como vimos, o apelo visual é poderoso. Fotos no Facebook, por exemplo, geram mais interação do que textos e links. Cores quentes como o vermelho podem gerar senso de urgência, enquanto o azul transmite segurança e confiança. A escolha de uma imagem com uma pessoa sorrindo versus uma imagem de um produto em um fundo branco muda completamente a percepção da mensagem.
- A arquitetura da informação: a forma como a informação é organizada em uma página guia o olhar e o raciocínio. Títulos (H1, H2 — nomenclatura utilizada na programação web), listas e espaços em branco não são apenas elementos de design; são ferramentas para reduzir a carga cognitiva, tornando a mensagem mais fácil de ser processada e compreendida. Não à toa, 46% das pessoas afirmam que o layout de um site é o critério número um para avaliar a credibilidade de uma marca (segundo pesquisa do Behavior Design Lab, da Universidade de Stanford – p.41).
Saindo da teoria: cases que conversam com o cérebro
Vamos ver exemplos práticos de como isso funciona:

- Magazine Luiza (Magalu): a Magalu poderia ser apenas mais um varejista. Mas a criação da “Lu”, uma persona virtual, humanizou a marca de forma genial. O cérebro humano processa rostos e personalidades com muito mais facilidade do que logotipos abstratos. A Lu tornou a comunicação mais pessoal, confiável e memorável, sendo um pilar na transformação da percepção da marca de uma loja para uma empresa de tecnologia amigável.

- Nubank: o Nubank revolucionou um setor conhecido pela complexidade e burocracia. Toda a sua comunicação, desde o roxo vibrante (que quebra o padrão de azul/vermelho dos bancos tradicionais) até o texto do aplicativo (simples, direto, humano), foi projetada para reduzir o estresse e o esforço mental do usuário. Eles não vendem apenas um cartão de crédito; eles vendem “o fim da complexidade”. O cérebro do consumidor, ao processar essa simplicidade, associa a marca a sentimentos de liberdade e controle.
Sua marca está sendo lida ou apenas vista?
Seu marketing hoje pode estar sendo visto por milhares de pessoas. Mas por quantas ele está sendo verdadeiramente lido, interpretado e lembrado?
A diferença entre uma campanha que gera resultados consistentes e outra que apenas queima orçamento está no entendimento profundo do comportamento do consumidor. Está em desenhar cada elemento da comunicação — cada palavra, cada cor, cada imagem — com a intenção clara de dialogar com a mente do seu cliente.
Isso vai muito além de “apertar botões”. É a união sinérgica de psicologia, estratégia de negócios e design.
Sua comunicação está falando a língua do seu cliente? Se você sente que sua marca está sendo apenas vista, e não verdadeiramente compreendida, talvez seja a hora de uma análise mais profunda.
Fale com um especialista da Afterpix e descubra como construir uma marca que o cérebro do seu consumidor é incapaz de ignorar.